Arelate, Gália, ano 50 antes de Cristo (antes da Era Comum). Ano 704 Ab Urbe Condita, na contagem romana. “Vai ser um dia nem um pouco fácil”, pensou Adela logo após discutir com a mãe, enquanto abria a porta de madeira que ligava sua casa às ruas de terra batida de Arelate. Teve a impressão de ouvir, abafado, um “Epona te proteja” da mãe quando estava saindo. “Epona deve ter menos dores de cabeça cuidando dos cavalos”. Mesmo contrariada, ela não poderia deixar de trabalhar naquele dia, e ela sabia disso. O que a aliviava, era a temperatura local. Adela não se lembrava da última vez em que sentira o clima tão agradável na cidade, após aquele longo último inverno. Ao ir se aproximando do centro do vilarejo, foi enxergando aos poucos, em meio ao movimento, figuras conhecidas, como sua vizinha Nemetia, que acenou entusiasmada para ela. Adela retribuiu com um sorriso, já que não conseguia mexer os braços enquanto carregava o...